Confira neste post as dicas sobre o Monastério Namobuddha no Nepal com relatos de uma experiência inesquecível e autêntica de viagem.
Visitar o monastério budista Namobuddha no Nepal foi uma das melhores experiências de viagem que já tive até hoje. Não somente de viagem, mas de toda a vida!
É uma atividade que recomendo de olhos fechados para qualquer viajante planejando uma visita ao Nepal, pois ela condensa o que há de melhor no país – a religiosidade, montanhas, vida típica do povo nepalês e muita, muita paz e serenidade.
A experiência de visitar o monastério e entrar em contato com uma realidade que até então nunca havia me conectado me fez repensar tanta coisa, inclusive o motivo pelo qual viajo e o qual o valor que pretendo agregar para os viajantes que chegam aqui no blog.
Mas, isso tudo pode ficar como tema para outro post dedicado à reflexões. No entanto, a conclusão que cheguei e que queria passar aqui é o quão importante é estar sempre em busca de experiências autênticas durante as viagens, além de estar sempre aberto para as surpresas do caminho – as quais geralmente são tão ou mais incríveis que os destinos e as experiências programadas no roteiro de viagem.
E o Namobuddha foi uma dessas surpresas, já que é um segredo bem guardado pelos viajantes de todo o mundo e que não aparece na maioria das pesquisas sobre dicas de viagem no Nepal. E a sua anonimidade é um dos motivos que tornam a experiência de visitar esse monastério tão especial e única.
Contudo, por mais que goste de cantinhos exclusivos e fora da rota turística comum, eu vim aqui dividir esse segredo com vocês, afinal de contas a minha missão através do blog é inspirar os leitores a viver experiências autênticas e inesquecíveis pelo mundo. Por sinal, se acabou de chegar no blog, confira aqui quem nós somos o qual a nossa proposta de valor.
E vamos às dicas sobre como chegar e como melhor aproveitar o monastério Namobuddha no Nepal, para que você também possa viver essa experiência maravilhosa em sua viagem.
A HISTÓRIA DO MONASTÉRIO
ORIGENS E CRENÇAS
A história do monastério é super interessante e vale a pena ler antes de visitar o local, a fim de compreender a sua importância religiosa e cultural.
Reza a lenda que há centenas de anos atrás, o rei da região teve três filhos, sendo que os dois mais velhos eram conhecidos por suas habilidades nas artes marciais e ajudavam o rei a governar o reino e o caçula era diferente, pois era muito compassivo e afetivo.
Um dia, os três filhos saíram para a montanha para caçar, quando avistaram a toca de um tigre e se aproximaram com cautela. Os dois mais velhos prepararam seus arcos e flechas para atacar o animal, mas logo perceberam que dentro da toca havia uma mãe tigre fraca e seus filhotes. Ela estava tão fraca que nem conseguia levantar a cabeça.
E ao observar a cena, o filho mais novo sentiu uma enorme compaixão pela família de tigres, especialmente pela mãe debilitada, e pediu aos irmãos mais velhos que não a matassem.
Em verdade, o caçula acreditava que matar qualquer ser vivo era inadmissível e ao observar o estado de fragilidade dos tigres ficou confuso sobre como poderia ajuda-los sem tirar a vida de outro ser no processo. Afinal de contas, o pensamento natural seria trazer alguma caça para alimentar a família de tigres.
Foi então que ele decidiu cortar o seu próprio pulso para dar o próprio sangue ao tigre. E sendo assim, depois de beber seu sangue, o tigre atacou e consumiu o jovem príncipe deixando apenas seus ossos.
De acordo com a religião budista, o seu sacrifício permitiu que ele passasse para um reino espiritual mais elevado, e por isso o Templo do Buda Namo foi construído em sua homenagem no local onde sua família encontrou seus restos mortais.
E no monastério há uma homenagem ao filho mais novo do rei em forma de estátua. E é sobre o local que falaremos no tópico a seguir.
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MONASTÉRIO NAMOBUDDHA
NO VALE DE KATHMANDU
O monastério na verdade é formalmente chamado de Thrangu Tashi Yangtse Monastery, mas Namo Buddha é a forma como o qual é conhecido na região.
Situado no topo de uma montanha, rodeado pelas cadeias montanhosas mais incríveis do mundo, o Namo Buddha tem uma localização privilegiada e surpreende qualquer viajante que se aventura por lá pela sua beleza e isolamento.
O Namo Buddha é um daqueles lugares que se encaixam perfeitamente na ideia romantizada que se tem do Nepal, de completa paz, com monges de vestimentas em cor vinho aprendendo e praticando suas crenças em locais sagrados e rodeados pelas montanhas com picos nevados dos Himalaias.
É um daqueles clichés irresistíveis de viagem que marcam para sempre a nossa memória. E para mim, por ter crescido com um pai super interessado nos cânticos budistas e pelos monastérios dos Himalaias, chegar lá teve um gostinho mais que especial e emocionante!
É difícil expressar em palavras a paz e a felicidade que senti de ter passado algum tempo no Namo Buddha, vivendo momentos com os monges e entendendo mais sobre a rotina deles. Que experiência fantástica!
Apesar de ser um local perfeito para visitação turística, o Namo Buddha na verdade representa um dos centros religiosos mais importantes do país e também funciona como escola para jovens monges.
A escola se desenvolveu ao longo de centenas de anos e atualmente oferece educação geral em tibetano, inglês e nepalês, complementada por um treinamento completo em religião e cultura.
Os alunos moram no monastério e, além das dedicar tempo às atividades religiosas de escutar, contemplar e meditar, podem também aprender dança de lama, prática ritual, canto, tocar instrumentos e ortografia, gramática, escrita e recitação tibetana.
Atualmente, a escola tem mais de 350 alunos e vai do primeiro ao nono ano. Os alunos são provenientes de famílias humildes do Nepal e lá conquistam a possibilidade de obter uma educação de qualidade de ponta.
Quando eles concluem o programa da escola, os alunos podem seguir o caminho religioso ou tornar-se professores por alguns anos. Para os que escolhem o caminho religioso, há a possibilidade de ingressar em um monastério mais avançado e em local mais remoto.
Confesso que observar de perto a rotina de estudos dos monges foi super interessante e intrigante. Por incrível que pareça, a rotina deles não é relaxante como alguns imaginam, levando em consideração que a prática de meditação é um dos ensinamentos que estão lá para aprender.
A disciplina está presente em todos os momentos e vimos muitos monges caminhando com seus livros e lendo a todos os momentos. Achei fascinante ver de perto a rotina deles e a forma como se organizam como uma pequena sociedade no monastério.
A minha percepção foi de que eles são extremamente dedicados e organizados, e isso se reflete em todos os momentos e cantos do monastério.
E isso se torna mais evidente para aqueles que decidem passar uma noite por lá e participa de atividades com os monges – mais informações serão fornecidas no tópico a seguir.
Se quiser vivenciar um dos momentos mais incríveis no monastério, tente planejar a sua visita de forma que esteja lá entre 3:30 e 5 horas da tarde, pois neste horário os monges praticam os cantos budistas e a atmosfera é simplesmente sensacional.
Jamais esquecerei o som e o eco de dezenas de monges estudantes entoando os seus cânticos como forma de expressão religiosa. Sem dúvidas, uma das experiências mais fantásticas que já tive na vida toda!
O templo principal onde os cânticos são praticados é impressionante, com diversas imagens de budas e pinturas com as cores mais vibrantes que se pode imaginar.
Ao visitar o complexo, não deixe de caminhar por toda a estrutura do complexo Namo Buddha, que contém um templo principal, assim como pequenos santuários nos andares superiores, como o Santuário de Buda Coroado, o Santuário de Dezesseis Arhats e o Santuário de Buda de Ouro.
Além desses, visite também o Namo Buddha View Point, com vista para o vale e para as montanhas, assim como as stupas da região.
Todos esses passeios podem ser feitos a pé ou com um transfer (você vai encontrar mais informações sobre como chegar nos tópicos seguintes).
COMO É SE HOSPEDAR
NUM MONASTÉRIO BUDISTA
Recentemente o monastério Namo Buddha abriu uma guest house para acomodar visitantes e para alunos que passam temporadas estudando budismo ou língua tibetana no centro.
E sendo assim, hoje em dia é possível se hospedar lá e vivenciar de perto a rotina dos monges. E essa é uma experiência que recomendo muitíssimo, já que te dará uma outra perspectiva do dia a dia do monastério, além de trazer uma paz sem igual.
Os quartos são simples e custam 1500 NPRs, ou 50 reais por pessoa, incluindo café da manhã, almoço e jantar e o valor precisa ser pago em dinheiro.
A vista da janela do quarto vale todo o dinheiro do mundo. Mas, esse é o tipo de experiência perfeito para refletir sobre o que o dinheiro não pode comprar 🙂
Os hóspedes são convidados a fazer as refeições com os monges nos horários determinados e esse na verdade é um dos melhores motivos para passar pelo menos uma noite por lá.
Achei super interessante poder fazer parte deste momento de socialização deles e observar a forma distinta como se relacionam entre si.
Sentamos todos em mesas baixas na posição de lótus e observamos as crianças, alegres e sorridentes brincarem entre si e os adultos, mais concentrados e reservados fazerem as refeições sem muita movimentação.
Há também a possibilidade de fazer refeições no café restaurante que fica na entrada do monastério. Aproveitamos para experimentar o curry nepalês vegetariano e o fried rice servido por lá, acompanhado de um chá de gengibre delicioso.
Lá também assistimos a um pôr do sol inesquecível. São essas experiências simples e autênticas que me fazem ser completamente apaixonada por viajar e conhecer o mundo diverso e maravilhoso que vivemos!
De manhã, acordamos cedo para participar da cerimônia de cânticos que começou às 5:45. Da janela do quarto, antes de sair para visitar o templo, vimos um amanhecer manhoso e devagar transformar o vale.
Neste dia, os alunos estavam sendo avaliados pelos professores e foi super incrível observar a seriedade que eles aplicam em tudo que fazem.Os cantos são ritmados e potentes e participar da cerimônia foi algo único e inesquecível!
Em relação à organização da viagem, vale mencionar que não é preciso fazer reserva com antecedência, e as chances de encontrar um quarto ao chegar lá são altíssimas, exceto em épocas de comemorações religiosas no Nepal e para o budismo.
Em teoria, a guest house não aceita reservas, mas se quiser entrar em contato com o Namo Bhudda com antecedência e tentar agendar a sua estadia, confira os telefones e email disponíveis clicando aqui.
Confesso que me surpreendi com a estrutura do quarto, o qual apesar de simples é bem confortável. Há inclusive água quente e banheiro privativo em todos os quartos, o que facilita bastante a vida do viajante que chega por lá.
Se não conseguir um quarto no Namo Buddha ou se preferir ficar em um local por perto com mais conforto, recomendo o Namo Buddha Resort. O hotel tem uma estrutura super charmosa e restaurante super bem conceituado na região.
COMO CHEGAR
NO NAMOBHUDDA
O monastério Namobuddha fica a cerca de 40 km do centro da cidade de Katmandu. Está situado no Vale do Kathmandu, assim como Dhulikel e Nagarkot, que são duas cidadezinhas famosas entre os que se aventuram pelas trilhas do vale.
É possível chegar lá de diversas formas, como taxi, excursões turísticas, caminhando ou de ônibus local. Esta última é uma forma super econômica, mas leva cerca de 3 a 4 horas para chegar no monastério saindo de Kathmandu
Se essa for a sua opção, você pode pegar um ônibus local a partir de Katmandu com destino à estação de ônibus Ratna Park, também conhecida como Old Bus Park (Puraano Bus Park).
Lá, você pode comprar o bilhete e pegar um ônibus para Banepa. O ônibus passa por Koteshow, depois Bhaktapur e, finalmente, chega a Banepa.
De Banepa você tem que mudar de ônibus e pegar a linha que vai para Dhapcha e passa pelo Namo Buddha. Este ônibus também passa pela estação de ônibus Dhulikhel.
A opção mais rápida e cômoda saindo de Kathmandu é pegar um taxi que pode ser alugado por um dia todo por cerca de 3000 NRs. Para tanto, você pode ligar para uma central de atendimento de uma das empresas de taxi de Kathmandu ou acertar com um motorista de confiança com antecedência.
Nós recomendamos muito o Ganesh Shrestha que pode ser contactado pelo números: +9841865374 ou +9818809194. Avisa que foi a Lara do Brasil que indicou 🙂
A forma mais cênica e talvez a mais emocionante de chegar no Namobuddha é caminhar pelas trilhas do Vale do Kathmandu e chegar a pé no monastério.
Essa foi a nossa opção e não poderíamos recomendar mais que faça esse passeio, que apesar de simples, é capaz de mostrar a vida comum das pessoas que habitam o vale e as belezas surpreendentes do Nepal.
Nós saimos do Dwarika Resort em Dhulikel e levamos 2 horas e meia pra chegar no monastério com ritmo tranquilo. Para nos guiar, usamos o Google maps baixado no celular e foi super eficiente, portanto recomendamos muito fazer o download do mapa antes de sair para a aventura.
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TREKKING
DHULIKEL PARA NAMOBUDDHA
O trajeto entre Dhulikel e o monastério Namo Buddha durou menos de 3 horas em ritmo moderado e passou por paisagens incríveis, além de vilarejos tradicionais nos quais podemos observar de perto o estilo de vida local.
Embora o nosso hotel oferecido um guia para nos acompanhar, decidimos fazer o trajeto por conta própria, por ser um trekking de nível fácil. Achei super tranquilo fazer a caminhada por conta própria e recomendo a qualquer um que tenha mínima experiência com trilhas.
O hotel nos forneceu um mapa impresso para levarmos, mas fizemos o trajeto todo com a ajuda do Google Maps baixado no celular.
Essa é uma alternativa super confiável e recomendável, pois vai te dar uma ideia da vida real do Nepal. Mas, não se esqueça de baixar o mapa antes de sair da área com wifi ou cobertura de celular.
O caminho todo é praticamente aclive, mas a subida é suave e gradual e nem dá para notar o esforço, especialmente por que a paisagem é deslumbrante.
No caminho, passamos por campos de arroz e de milho, assim como florestas mais densas e verdes.
Vimos trabalhadores rurais em seus afazeres, assim como casas bem humildes e isoladas, como também comunidades mais organizadas e populosas.
Também caminhamos nas margens de uma rodovia por alguns minutos, e apesar de chato, não tivemos como evitar esse trecho.
Durante a caminhada, se tiver sorte com o clima, vai conseguir avistar as montanhas no fundo e o cenário vai ser impressionante. A sensação que dá é de estar no topo do mundo e me fez imaginar o quão incrível seria será fazer caminhadas nas montanhas do Nepal no futuro.
Ao se aproximar do monastério, vai avistar o Namo Buddha na distância e a visão será incrível.
Neste momento, você se dará conta do quão especial é este monastério no topo de uma montanha e circundado por vilarejos e montanhas majestosas.
A experiência de chegar caminhando é realmente fantástica e sugiro imensamente que faça essa escolha se tiver a oportunidade.
Quem sabe vai encontrar um sorriso maravilhoso como esse no caminho!
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