Não, esta não é uma atração bonita ou até mesmo agradável, mas certamente será inesquecível.

Visitar um campo de concentração é, em nossa opinião, parte indispensável da imersão cultural que uma viagem à Alemanha pode te proporcionar, uma vez que não se pode dissociar o passado do presente do lugar e o nazismo fez parte da evolução social e política do país.

Consideramos a visita ao campo de concentração, Sachsenhausen nos arredores de Berlim, um passeio imperdível para quem está de passagem pela cidade, pois possibilita que o viajante entre em contato com boa parte da carga histórica da Alemanha.

Os campos de concentração carregam consigo o peso de muitas vidas, muita opressão e crueldade. O  Sachsenhausen, em especial, representou os últimos momentos de vida para mais de 200 mil pessoas, judias, homossexuais, opositores do regime ditatorial, ciganos e outros.

Como não poderia ser diferente, o clima do local é extremamente pesado e representa  o paradigma do sistema de terror do Nacional-Socialismo.

O campo de Sachsenhausen entrou em operação em de 1936, três anos depois da chegada de Hitler ao poder e funcionou até 1945 sob o regime nazista. Foram 9 anos de atividade no regime nazista.

A frase que estampa a entrada do campo simboliza a grande farsa de Hitler, o lema “Arbeit Macht Frei”, em português o trabalho te fará livre. Inicialmente os campos foram criados com a justificativa de que os reclusos trabalhariam forçadamente para o regime ditatatorial, mas com o tempo estes locais tornaram-se palco de extermínio em massa.

Sachsenhausen foi  um dos três maiores campos de concentração do regime nazista na Alemanha, construído estratégicamente em Oranienburg, local foco de atividades comunistas e social democratas, contrárias ao nazismo.

O campo Sachsenhausen foi construída para ser um Campo modelo, onde os oficiais do partido de Hitler eram “formados” para levar para outros campos de concentração, como Auschwitz, o que estudavam na prática por lá.

Dentro da estrutura do campo de concentração, pode-se visitar boa parte das instalações para ter noção da estrutura do local quando estava em funcionamento. Clique aqui para ter noção da divisão dos espaços.

Ao longo do tour, os visitante podem conhecer as áreas onde os prisioneiros trabalhavam, onde dormiam, os locais de tortura, assassinatos e cremação.

Pode-se ver também todo o esquema de segurança,  feito com cercas elétricas, sendo que qualquer prisioneiro que tentasse passar pela zona neutra seria alvo de tiros.

Um dos dados mais chocantes do tour foi descobrir que o Sachsenhausen não foi desativado com a queda de Hitler!

Depois do fim da 2ª guerra, a área do campo tornou-se território soviético e os russos utilizaram o campo de Sachsenhausen até 1950 para cometer atrocidades às avessas, pois desta vez os prisioneiros políticos do campo passaram a ser ex-oficiais nazistas e indivíduos que se opunham ao comunismo.

A visita ao campo foi uma das experiências mais fortes e marcantes que já tivemos em viagens e recomendamos muito que incluam no seu roteiro de Berlim.

Não se trata apenas de uma realidade alemã, mas de uma marca bizarra que afeta toda a humanidade. É, sem dúvidas uma oportunidade única para entender e encarar o passado, para que possamos seguir em frente com uma noção totalmente diferenciada sobre a sociedade, política e noção de humanidade.

 

Dicas úteis:

 

Assim que chegar ao local, alugue o áudio guia para ter uma experiência ainda mais completa com as informações históricas fornecidas.

O áudio conduz o visitante por todo o local em um roteiro programado e coerente e é uma excelente forma de visitar o campo.

O aluguel do áudio custa 3 Euros.

Leve lanches ou refeição para a sua visita, pois não há nenhum tipo de alimento ou bebida sendo vendido no local.

 

Como chegar:

 

Para chegar ao campo você pode utilizar o transporte público. Segue o roteiro de forma esquematizada:

Pegue o trem S1 em direção a Oranienburg que sai das estações Berlin-Hauptbahnhof e Berlin-Friedrichstraße.  Você deve descer na última parada do trem, depois de cerca de 45 minutos de viagem.

Para esse trajeto você precisará de bilhetes de ida e volta das zonas “ABC” e os trens partem de Berlim a cada 20 minutos

Da estação de Oranienburg para o campo, você pode ir andando, sendo que o trajeto dura cerca de 15 a 20 minutos.

Você também pode pegar um dos ônibus que levam até o local, o 804 (em direcção a “Malz”) ou a linha de ônibus 821 (em direção a “Tiergarten”). O bilhete custa cerca de 1,50 Euros.

Quando chegamos em Oranienburg ficamos esperando bastante tempo e os ônibus não chegaram. Decidimos ir andando e não tivemos problemas para achar o local.

 

Horário de funcionamento e ingressos

 

De 15 de Março a 14 de Outubro: de 8:30 a 18 horas

De 15 de Outubro a 14 de Março: de 8:30 a 16:30

Durante o inverno o museu é fechado segundas-feiras.

A entrada é gratuita, mas o áudio guia deve ser alugado por 3 Euros. É importante ressaltar que não há áudios disponibilizados em português.